quarta-feira, 6 de novembro de 2013

NOVEMBRO com V ao Cubo

Todas as quartas-feiras do mês de novembro, último mês da Mostra TPE 2013, sempre às 12:30 e 19:30, com retirada de senhas 1h antes. Sempre com ENTRADA FRANCA!
Na última sessão do mês teremos um debate com convidados logo após a peça.

SINOPSE: Partindo do pressuposto de que só não são possíveis as possibilidades cuja impraticabilidade é comprovada, todas as verdades são verdadeiras até que se prove o contrário. É fundamentado nesta premissa que os cientistas do Departamento da Verdade, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, convidam a todos para o seminário Verdade ao cubo – O que você V, o que você não V e além do que você V. Um seminário que irá revelar as Verdades encontradas no ano de residência, ou se preferirem, de espionagem, do Departamento da Verdade dentro do Departamento de Arte Dramática. A série de livros O Guia dos Mochileiros da Galáxia, de Douglas Adams, é uma das principais referências do espetáculo. Adams (1952-2001) foi um escritor e comediante britânico, famoso por ter escrito esquetes para a série televisiva Monty Python´s Flying Circus, e pela série de rádio, jogos e livros O Guia dos Mochileiros da Galáxia.

FICHA TÉCNICA:
Texto: Douglas Adams, Erick Oliveira, Jéssica Lusia e Natália Soldera;
Direção: Natália Soldera;
Elenco: Ander Belotto, Jéssica Lusia, Luiz Alves, Matheus Melchionna e Silvana Rodrigues;
Composição de dramaturgia, cenografia, figurinos, trilha sonora e produção: O grupo;
Orientação: Prof. Dra. Marta Isaacson;
Fotos e vídeos: Jéssica Lusia e Natália Soldera;
Este trabalho foi originado na disciplina de Estágio de Montagem II de Natália Soldera

uma bela visão de "to be or not to bekett"

Eu sempre tive em mente que um crítico deve se distanciar do seu gosto pessoal para buscar um olhar analítico sobre a obra escolhida. Porém eu não sou um crítico. Sou uma estudante de teatro que passa para um papel as suas percepções sobre o objeto estudado. Foi isso que me acalmou para digitar essas linhas.

Eu amo Beckett. Sim. Amo Beckett.
Okay... o que você quer dizer com isso?
Um dia antes de assistir ao espetáculo, na sua estreia no ano passado (acreditem ou não), eu estava lendo "Todos os que caem", de Beckett.
Então no dia seguinte, chego a Álvaro Moreyra e... TCHARAM! Ouço os fragmentos desse texto.
Coincidência? "Porém isso não basta! Não basta de forma alguma". Foi só uma coincidência, Manuzinha. Preste atenção ao espetáculo.

"Apenas deslizar docemente..." Deslizei. E, no fim, fiquei na espectativa para voltar a assisti-lo. Eu consegui fazer isso no TPE de Outubro... duas vezes.

"O que direi dessa jornada?"
Pois é... Senti dificuldades em escrever algo sobre. É complicado traduzir em palavras algo que te toca. Que te faz refletir. Que te faz lembrar o quanto você ainda pode estar amarrado por uma corda. O quanto de caveiras você poderá retirar do seu "barril". O quanto um violoncelo não é apenas um violoncelo. E...

"Céus! Com tanta agitação acabei esquecendo!"
Não posso esquecer. Não devo esquecer.
Além de uma belíssima atuação, ressalto o trabalho técnico: iluminação, operação de som e sonoplastia. Ainda ouço os pingos. Ainda vejo o clarão da ferrovia. Ainda ouço a voz que ecoa em minha mente. Na mente dos demais espectadores.

"Mas as palavras se esgotam. É verdade."
Não falarei mais. Não quero que se esgotem.

"Como posso prosseguir? Não, não posso."


Manu Goulart