quarta-feira, 6 de novembro de 2013

uma bela visão de "to be or not to bekett"

Eu sempre tive em mente que um crítico deve se distanciar do seu gosto pessoal para buscar um olhar analítico sobre a obra escolhida. Porém eu não sou um crítico. Sou uma estudante de teatro que passa para um papel as suas percepções sobre o objeto estudado. Foi isso que me acalmou para digitar essas linhas.

Eu amo Beckett. Sim. Amo Beckett.
Okay... o que você quer dizer com isso?
Um dia antes de assistir ao espetáculo, na sua estreia no ano passado (acreditem ou não), eu estava lendo "Todos os que caem", de Beckett.
Então no dia seguinte, chego a Álvaro Moreyra e... TCHARAM! Ouço os fragmentos desse texto.
Coincidência? "Porém isso não basta! Não basta de forma alguma". Foi só uma coincidência, Manuzinha. Preste atenção ao espetáculo.

"Apenas deslizar docemente..." Deslizei. E, no fim, fiquei na espectativa para voltar a assisti-lo. Eu consegui fazer isso no TPE de Outubro... duas vezes.

"O que direi dessa jornada?"
Pois é... Senti dificuldades em escrever algo sobre. É complicado traduzir em palavras algo que te toca. Que te faz refletir. Que te faz lembrar o quanto você ainda pode estar amarrado por uma corda. O quanto de caveiras você poderá retirar do seu "barril". O quanto um violoncelo não é apenas um violoncelo. E...

"Céus! Com tanta agitação acabei esquecendo!"
Não posso esquecer. Não devo esquecer.
Além de uma belíssima atuação, ressalto o trabalho técnico: iluminação, operação de som e sonoplastia. Ainda ouço os pingos. Ainda vejo o clarão da ferrovia. Ainda ouço a voz que ecoa em minha mente. Na mente dos demais espectadores.

"Mas as palavras se esgotam. É verdade."
Não falarei mais. Não quero que se esgotem.

"Como posso prosseguir? Não, não posso."


Manu Goulart

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